sábado, 19 de março de 2011

E os nossos Pinpoos?

MATÉRIA PARA A PÁGINA AMIGO BICHO, DO CORREIO DE GRAVATAÍ - Rafael Martinelli (pai dos gatos aqui do reino!)

E os nossos Pinpoos? O Amigo Bicho chama você para reflexão

Deu certo a mobilização em rede nacional para encontrar o cão Pinpoo, que desapareceu no Aeroporto Salgado Filho, por descuido da Gol, responsável pelo transporte do animal para o Espírito Santo. Quatorze dias depois, o drama de Nair Flores, 64, chegou ao fim. Três PMs do Batalhão de Aviação da Brigada Militar, que fica dentro do aeroporto, encontraram o cão, que aparecia por lá toda hora do almoço, e levaram para ela em casa, no Passo da Areia, em Porto Alegre. No vídeo do reencontro, além da emoção da dona Nair e do sargento Paulo Ribas, 53 anos, 30 de BM, que chorou antes mesmo da entrega, só de falar do caso ao lado dos colegas soldados que acharam o cão (Mateus Menezes, 30, e Maurício da Silva, 38), a felicidade do Pinpoo em voltar para o colo amiga. O reencontro ocupou a sexta colocação no trending topics mundial do Twitter. Ou seja, foi o sexto assunto mais comentado do dia no mundo. Mais: o clone do Pinpoo, encontrado em Alvorada magro e ferido, tem tratamento pago pela companhia aérea e uma fila de espera de adotantes. Pois o Amigo Bicho propõe uma reflexão sobre essa bela história...

1. Há duas semanas, a história do Pinpoo corre o Brasil em trocas de e-mails entre protetores. Isso porque a dona Nair procurou seus direitos e também se mudou para Porto Alegre para procurar o cãozinho e colar cartarez por todo entorno do aeroporto. E-mails de protetores foram mandados para os jornais da Capital, por exemplo, mas não saiu nenhuma nota. Só o G1, portal da Globo na internet, deu um pequeno texto. Quem se interessou foi o Pânico na TV, da Rede TV (Pampa, aqui no RS). Aí, a coisa pegou vulto, com uma campanha em rede nacional para procurar o cão. Então os grandes jornais embarcaram, mesmo que tardiamente. A coisa deu certo e o cão foi achado. Uma bela história escrita, certamente com o rosnado daqueles que criticam os meios de comunicação que dão cada vez mais espaço para os bichos.

2. Olhe em torno dessa página (referindo-se a página semanal no CG) o número de cães desaparecidos, que os donos (famílias, crianças, velhinhos) procuram ou deveriam procurar. Alguns estão há meses ali. E algumas histórias são trocadas semanalmente, num rodízio, de tantos apelos que o Amigo Bicho recebe. Começe a prestar atenção pelas ruas para ver se você não acha um dos nossos ‘Pinpoos’. E, se você perder seu pet, cole cartazes, procure o Amigo Bicho, os outros jornais, fale com as pessoas nas ruas. Não é nenhuma vergonha pensar no animal sumido como um membro da família que se perdeu e você sofre por não saber se está bem.

3. Outra coisa que chama atenção é o número de pessoas interessadas no sósia do Pinpoo. O cão merece, tanto quanto milhares que vagam pelas nossas ruas. Você já tinha reparado neles, maltratados, famintos, doentes? Ou só se interessa por ‘cães celebridade’? Quem sabe você se responsabiliza por algum desses bichinhos que sobrevivem aí pelas ruas do seu bairro? Não precisa nem adotar definitivamente. Você pode abrigá-lo e procurar uma família para esses bichinhos. Não é tão difícil assim. Para você, será apenas um caso. Protetores tem dezenas de casos e conseguem. Antes, você precisa levá-lo a um veterinário e castrar para evitar novas crias. Não vai sair mais caro que um dos seus churrascos com a cervejinha de domingo. E a recompensa para gente é... bem, só você sabendo para sentir.  

O cão da foto abaixo foi um dos tantos Pinpoos retirados do abandono das ruas. Quem se preocupou com ele foi a Eva, uma simples catadora.

Nota minha: O Anjinho (apelido que dei após internar ele na Dra. Audrey, não resistiu e veio a falecer dois dias após o resgate. Havia uma bicheira por dentro da boquinha que já atingia parte interna da cabecinha...

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